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quarta-feira, 7 de março de 2012

Confissões de uma mãe

Eu não sou daquelas que bate no peito e diz que nasceu para ser mãe. Confesso que tive muita dificuldade para aceitar as novas limitações que surgiram assim que a Amelie nasceu. 

A primeira coisa que me incomodou muito foi a solidão que senti durante a licença maternidade. Sou uma pessoa falante, sempre fui muito sociável e me ver o dia todo com um bebê que não fala não é lá uma coisa muito empolgante. Além disso, não acho que a gente se torna mãe assim que a criança nasce. Na minha humilde opinião - baseada em minha pouca experiência - este é um processo complexo de conhecimento mútuo e que vai se solidificando com o passar do tempo.

Depois que eu parei de trabalhar, tive dias muito difíceis. Sentia falta de ter tempo de almoçar tranquilamente, fazer a unha, pentear o cabelo, ter conversas sobre assuntos importantes. Fora isso, sinto que existe sim um movimento da sociedade em desqualificar as mulheres que decidem se dedicar aos filhos e não à carreira. E, com o peso desse fator cultural, um sentimento de fracasso se instaurou plenamente por aqui. Como assim eu não era uma super mulher que tinha filho, trabalhava, cuidava da casa e plantava bananeira?

Enfim, demorou um bocado para que eu aceitasse minha nova condição de mãe e dona de casa em tempo integral. E isso aconteceu há bem pouco tempo, confesso. 

Mas quer saber? Agora estou numa fase maravilhosa e, por isso, tenho aparecido tão pouco por aqui. Procuro ficar o menor tempo possível na internet e curtido ao máximo a companhia da minha pequena. Ela agora etá falante e a gente já consegue conversar, acreditam?

Além disso, faço minhas coisas quando dá. Não deu para passar pano na sala (sou meio maníaca com limpeza...rs)? Muito bem, quando der eu faço. Quando der, faço minha unha, corto o cabelo... Vou me virando com o que eu tenho, como posso e me orgulho em falar que tenho me dedicado à pequena em tempo integral. Tem sido um aprendizado  intenso e maravilhoso - muito maior do que eu estaria adquirindo no mercado de trabalho, posso garantir.

Tenho me sentido mais sábia, mais esperta e mais bonita- mesmo com as mãos estouradas pelo uso de produtos de limpeza e com cabelo judiado pela falta de corte. São sentimentos que têm vindo de dentro pra fora, numa troca infinita com a pequena!

Depois de tantos posts desesperados, tristes e aflitos, pelo menos um para dizer que estou bem, muito obrigada!!!



4 comentários:

  1. Cheguei a seu blog por causa de uma seguidora do meu. Gostei muito do seu texto, vai ao encontro do que penso. Ser mãe é viver emoções ambivalentes, reconhecê-las e transformá-lãs. Se quiser conhecer meu trabalho, fica o convite. Parabéns por dar conta de falar sobre o que, para muitos, ainda é "indizível". Ana Virgínia Almeida Queiroz

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  2. Ah Isis, q boa notícia não querida?! (:
    Eu fico feliz por ter passado aquela fase deprê do pós-parto. Agora é só curtição mesmo. Já estamos adaptadas à nossa nova condição daí é só correr pro abraco, né? hahaha.
    Foto linda, hein? Corresponde bem ao novo momento. Adorei. Boa sorte!!! =)
    Vcs estão lindas!!!!

    Beijos

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  3. E não é, Isis?
    Também sofri com o isolamento dos primeiros meses e senti muita falta da rotina de trabalho que eu tinha. Faz parte. Não troco por nada o envolvimento que temos com nossos filhos.
    Ontem, por exemplo, estava com o Rapha brincando no prédio e ele se dirigiu à uma babá: "o seu filho fez isso e aquilo." Disse tudo...
    Beijo!

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  4. Isis, que lindo esse seu post! Quer sabe você não é a única, compartilho do mesmo sentimento e muitas outras mulheres tb, mas acho que falta coragem em assumir e tb acho que tem muito "pré conceito". Acho que devemos nos abrir mais e compartilhar os sentimentos. E depois tudo passa. Às vezes mais rápido, às vezes demora, mas tudo passa. Fico feliz por vc!
    Super beijo,
    Gabi

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