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terça-feira, 16 de junho de 2015

Sobre alimentação dos meus filhos

De verdade, eu nem sei por onde começar esse post. Tenho tanta coisa pra falar sobre o assunto que nem minha capacidade de organização jornalística está dando conta de e priorizar as informações. Pra mim, tudo o que eu vou dizer aqui é importante e se eu pudesse resumir a mensagem em apenas 1 frase eu diria:

Nunca, de maneira alguma, se meta na educação  de uma criança. E alimentação é questão de EDUCAÇÃO.


Sou da opinião de que filhos a gente cria para a vida. Mas, primeiro, eu preciso municiá-los de conhecimento, informação e hábitos que possam facilitar seu caminhar. E enquanto eles não tiverem idade para tomar decisões conscientes somos nós, os pais, que decidimos sobre toda e qualquer coisa relacionada à vida deles. Incluindo a alimentação.

E é impressionante como temos o hábito cultural de não respeitar essa decisão dos pais. E não é questão de não concordar - o que é perfeitamente saudável, afinal, o que é bom pra mim pode não ser pra você - mas as pessoas faltam com respeito MESMO. 

No final de maio, a fofa da Bela Gil publicou em seu perfil do facebook a foto da merenda escolar da filha. 
O que é que tem de errado em alguns pedaços de banana, batata, granola e água? Aparentemente tudo! Os comentários que se seguiram à publicação foram assustadores e teve gente XINGANDO a Bela Gil.  Escolhi trazer dois deles que me chamaram a atenção - e que parecem inofensivos.

480 likes, ou seja, 480 pessoas concordaram que, para crescer como gente "normal" é preciso tomar toddynho e comer Ana Maria. Sério isso?


Depois que eu descobri a alergia das crianças (inclusive da Amelie) eu me vi rodeada de pessoas com dó: ai, que dó! Você não pode comer fora? Mas nem um queijinho? Puxa, que dó. Ficar sem chocolate deve ser tão triste - e elas falam isso inclusive para a Amelie, como se ela fosse vítima de uma monstruosidade, que a impede de comer as melhores coisas da vida.

Agora deixa eu contar uma coisa pra vocês: Desde que eu comecei a dieta, a alimentação de todo mundo lá em casa melhorou muito. Fico assustada ao pensar na quantidade de industrializados que consumíamos achando que nossas refeições eram saudáveis. Por isso, não tenha dó. Eu ralo a minha bunda pra oferecer o que há de melhor em questão de alimentação para meus filhos e não tem nada de triste nisso. Mas não significa que  a gente não coma uma guloseima ou outra de vez em quando. Amelie adora uma bala (e tenho certeza de que, se ela pudesse, comeria quilos todos os dias). Gostamos de comer hambúrguer, pastel ou batata frita. Mas não é algo que quero ingerir toda hora. Foi uma escolha da MINHA FAMÍLIA e ninguém tem nada a ver com isso. Ponto.

Em casa eu consigo ter esse controle e saber exatamente o que meus filhos consomem. Mas e quando eles precisarem sair, ir para escola, frequentar a casa de parentes? Isso me preocupa especialmente agora, que descobrimos que temos um pequeno pelotão alérgico em casa. E sabe por quê? As pessoas têm o hábito de oferecer comida a crianças sem antes consultar seus pais ou desobedecer orientações claras. E quando o assunto é alergia, as consequências podem ser bem graves. 

Ontem, uma amiga mãe de alérgico viveu uma situação apavorante. Ela estava em uma loja com o bebê alérgico e uma consultora deu chocolate para a criança sem consultá-la. O resultado? Basta ler o depoimento dessa mãe:


Amelie passou 4 anos consumindo leite e derivados sem que a gente soubesse que isso era veneno para ela. Suas reações são tardias e impactam diretamente em seu sistema respiratório e, por isso, não são tão visíveis. Isso dificulta muito o entendimento de que sim, ela é alérgica e que não, ela não pode mais ingerir alimentos que contenham proteína do leite.

Já os meninos, aparentemente, não reagem de maneira grave e imediata - mas eu também não paguei pra ver. Provavelmente a primeira ingestão de leite será feita em hospital, com presença de médicos, para garantir que eles não corram risco de vida.

Não posso colocar uma placa no pescoço deles alertando sobre a alergia. Não posso também querer que as pessoas deduzam que eles são alérgicos e não podem consumir uma série de alimentos (leite, derivados, ovo, soja e oleaginosas). Por isso eu decidi escrever: eu espero que pelo menos meus amigos, parentes e pessoas próximas repeitem a decisão de qualquer pai quando a questão é alimentação. Por favor, consultem os responsáveis antes de oferecer QUALQUER coisa a uma criança. E se eles disserem que não é pra dar, não façam escondido e pedindo segredo "ó, vou te dar esse copo de refrigerante, mas não conta pra sua mãe que eu te dei!".

Respeito e educação são bons e a gente gosta.







quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Vida pelo relógio

5h30 -  o despertador toca. A música (que deveria ser suave) invade meus ouvidos e funcionam mais como uma buzina de caminhão para que meu corpo desperte e dê início às atividades diárias. Sigo para a cozinha e, num momento de relaxamento, esquento uma xícara de café com leite de arroz para comer com o pão feito na véspera.

5h45 - Revejo as mochilas e conto cada item enviado às escolas. Checo as trocas de roupas dos meninos, fraldas, pomadas, lenços, babadores, meias. Coloco uma coberto caso faça frio durante a noite. Adiciono umas regatas: o sol nascente indica que o dia será quente.

6h - revejo minha bolsa. Pego as contas que precisam ser pagas no dia. Pego meus óculos de grau e escuros, caderno, agenda. Arrumo a frasqueira com os vidros esterilizados para coleta e armazenamento do leite materno. Fios, tomadas e lenços. Ok.

6h10 -  Separo frutas, bolachas, chocolate (muuuito importante), talheres, copos, toalha. Pego minha marmita. Lavo a garrafa de água da Amelie. Coloco em sua mochila. 

6h20 - Desço com tudo pro carro. 

6h25 - preparo o café da manhã da pequena e a acordo com leitinho quente no copo - e de canudinho! Enquanto isso, separo o uniforme, a meia, o tênis, tiara e prendedor de cabelo. Levo a pequena ao banheiro, escovamos os dentes, fazemos xixi e vamos todos para o meu quarto. É hora de dar tchau pro marido, que corre pra dar aula. 

6h40 - É hora de trocar os meninos. Tira fralda, bota fralda. Hora de amamentar. Que delícia ver seus olhinhos me olhando, suas boquinhas tão pequeninas sugando o seio, se fartando de um alimento essencial. (já falei que eles estão exclusivos no seio desde que descobrimos a alergia? Sim, é possível amamentar gêmeos)

6h55 - Vem cá, filha. Deixa eu arrumar seu cabelo.Posso fazer uma trança hoje em você? Não, não pode ir de cabelo solto. Ele fica caindo no seu rosto e pode te atrapalhar. Vamos, venha, deixa eu desfazer esse nó.

7h10 - Pego o DAvi. Dou um cheiro bem dado no seu pescoço. Ouço sua risadinha. Aperto ele contra meu peito e depois o coloco no bebê conforto. Pego o Antônio. Repito tudo igual. Estão todos prontos? Vamos nessa. Desço pro carro com os três.




7h20 - Tchau, meus amores. Fiquem bem, mamãe volta a noite para buscá-los. Tchau irmãos!! - seguimos eu e a pequena até a escola dela, ouvindo band news fm. Amelie adora esperar a entrada do Ricardo Boechat, às 7h30, para lhe dar um efusivo e alegre bom dia.

7h45 - paro o carro. Entro na escola. Pego a Amelie, dou um cheiro bem dado no seu pescoço. Ouço sua risadinha. Aperto ela contra meu peito e depois a deixo entrar na sala de aula. Eles crescem, mas eu continuo fazendo tudo igual.

7h55 - agora sou eu, o boechat e o trânsito. Seguimos até o trabalho.

8h30 - Bom dia, trabalho!

10h40 - pausa no trabalho para ordenha.

11h - trabalho, trabalho, trabalho.

12h - hora da fome. Pego minha marmitinha e devoro minha comida em poucos minutos.

13h - pausa para ordenha.

13h20trabalho, trabalho, trabalho.

16h pausa para ordenha.

16h20trabalho, trabalho, trabalho.

17h45 - tchau trabalho. 

18h50 - oi amores. vocês ficaram bem? mamaram direitinho?

19h10 - Oi filha. Tudo bem? Obedeceu a vovó? Dna. Sônia, obrigada.  Posso aproveitar pra tomar um banho rápido? (se der sorte, e se tiver água, lavo a cabeça)

19h20 - Os meninos mamam. 

20h30 - os meninos dormem. Dou janta pra Amelie.

21h - Mãe, acabou a pepa. Vamos dormir? Escova o dente, penteia o cabelo, coloca o pijama. Pode deixar que eu cubro sua filha Amelie. boa noite, princesa. Durma com os anjos.

21h05 - Abre as mochilas. Checa os recados das prôs. Coloca uniformes e trocas de roupas dos meninos no cesto para lavar. Lava os vidrinhos de leite materno e coloca pra ferver. Arruma as trocas de roupa. Pega fralda. A cabeça já tá tão desligada, que eu vou colocando o que lembro. 

21h15 - Senta pra jantar enquanto olha o facebook ou conversa com as amigas pelo whatsapp.

21h30 - arrumo a marmita. Faço arroz se precisar. Lavo a louça do jantar. desligo o fogo dos vidros e os coloco pra secar.

21h45 - última ordenha do dia. UFA!

22h - finalmente, deito na cama. Vou ler alguma coisa no kindle. Tentar esperar o marido.

22h30 - boa noite marido. Como foi seu dia?

23h30 - meninos mamam e boa noite. todos na cama.

1h - mamãe! A gente quer mamar de novo!

4h - Mamãe! ó nós aqui outra vez!

*Volte ao começo e leia tudo novamente.